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Sou uma aprendente-ensinante*, aluna do cotidiano e de cada fantasia diária. Me alimento de sonhos me enroscando nas redes da razão que costuram possíveis caminhos encantados... *aprendente-ensinante termo de Alicia Fernández

sexta-feira, 18 de outubro de 2013







POEMA INCOMPLETO

Escrever é inscrever. Escrever para e por dentro. Deixar marcas, tatuar, deixar um crivo. É crer que as emoções que estão mergulhadas em nosso oceano interior ocupam um outro lugar, o lugar de quem lê..

Este lugar é acolhedor, é o ninho do saber do Outro. 

É o encontro do dito pelo feito, a junção do que está pronto com o inacabado.

É o entendimento. É a ponte que une o espaço em branco do incompreendido à compreensão do que é escrito.

Desenho na folha branca letras que florescem em palavras e emoções curtas e fortuitas que duram o tempo de um amanhecer.

E tudo é leitura.

Paralisada no meio do caminho está a dúvida que dança e se  lança em suaves delírios no corpo inerte do poema que não se completa...

Quisera ser poeta e voar de mãos dadas com o vento pra balançar versos a serem compostos.

Quisera permitir a volúpia da imersão desde o poço profundo do inconsciente ao encontro do som ameno da minha voz, à inquietude que pula na mente. 

Quisera o sossego. O desapego de criar sem dor...

Voz interior, voz de dentro, voz que não cala, mas fala, que pulsa em busca de seu próprio eco. Mas, o eco é oco, vazio e não se completa...como não se completa o verso que não ousa nascer...

26.03.2012








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