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Sou uma aprendente-ensinante*, aluna do cotidiano e de cada fantasia diária. Me alimento de sonhos me enroscando nas redes da razão que costuram possíveis caminhos encantados... *aprendente-ensinante termo de Alicia Fernández

sexta-feira, 7 de março de 2014


A PRESSA



Deveria ter ser reestruturado, dado um tempo a si mesma, para se interiorizar para regular suas emoções, equilibrar-se para encontrar seu próprio eixo. Centrar-se.

Desde que chegara fora invadida por um turbilhão de sensações, não identificava seu Eu, a perspectiva de encontrá-lo lhe encantava e lhe assustava

Estava totalmente perdida, embora seu foco fosse o encontro que sonhara a tanto tempo.

Aquela noite era importante demais e ela sentia-se desarmada, despreparada.Exausta pelo longo caminho que trilhara.

Nunca se perdoaria.

 Deveria ter esvaziado suas mochilas, com calma, meditado, tomado uma bebida, se alimentado com algo bem leve  pra destensionar a alma, rarefazer seu ar.
A noite poderia ser especial.

As estrelas brilhariam diferente!

Mas, não fizera nada disso. Ao contrário, jogara-se, sem pensar, naquele encontro, à tôa..Sentindo-se vazia.

Não se produzira, não retocara maquiagem, não trocara de roupa, não pensou em sua aparência mesmo sabendo que esta fic para o depois..

Ansiedade? Errado..

Receio de perder a oportunidade. Não se verem nunca mais.


sexta-feira, 18 de outubro de 2013







POEMA INCOMPLETO

Escrever é inscrever. Escrever para e por dentro. Deixar marcas, tatuar, deixar um crivo. É crer que as emoções que estão mergulhadas em nosso oceano interior ocupam um outro lugar, o lugar de quem lê..

Este lugar é acolhedor, é o ninho do saber do Outro. 

É o encontro do dito pelo feito, a junção do que está pronto com o inacabado.

É o entendimento. É a ponte que une o espaço em branco do incompreendido à compreensão do que é escrito.

Desenho na folha branca letras que florescem em palavras e emoções curtas e fortuitas que duram o tempo de um amanhecer.

E tudo é leitura.

Paralisada no meio do caminho está a dúvida que dança e se  lança em suaves delírios no corpo inerte do poema que não se completa...

Quisera ser poeta e voar de mãos dadas com o vento pra balançar versos a serem compostos.

Quisera permitir a volúpia da imersão desde o poço profundo do inconsciente ao encontro do som ameno da minha voz, à inquietude que pula na mente. 

Quisera o sossego. O desapego de criar sem dor...

Voz interior, voz de dentro, voz que não cala, mas fala, que pulsa em busca de seu próprio eco. Mas, o eco é oco, vazio e não se completa...como não se completa o verso que não ousa nascer...

26.03.2012








terça-feira, 15 de outubro de 2013

sexta-feira, 26 de abril de 2013









Deparou-se com uma grande encruzilhada. Seus sonhos se derretiam, lentamente, feito sorvete ao Sol. Abandonara a razão desde que perdera um grande amor. Ficara desorientada e toda decisão lhe parecia frustada, ineficiente, imponderada.

Precisava, urgentemente, atender à razão que lhe anunciava o possível fim da angústia. Viver de sonhos a enebriava, flutuava, e alcançava nuvens, mas o desencanto quando abria os olhos cegava-lhe com o frio da verdade.

Qual caminho a seguir? O que despontava inerte a sua frente ou o eletrizante e convidativo que acenava sorrindo? 
Sabia que ambos eram férteis como plantações de soja em plena safra...sabia que podia contar com as flores e os frutos de ambos. 

Fazia previsões e intuía acontecimentos certeiros, tinha esse dom. Dom de vislumbrar o além horizonte.  Nunca falhava, essa sua mania de  prever e não se deixar subverter pelo imediato a tornava arredia. Queria, mas não sabia como alcançar.

[26/04/2013]

quarta-feira, 24 de abril de 2013





A fresta se abria pela cortina trazendo a rua estreita ensolarada pra dentro de seu olhar. Tarde brilhante de céu muito azul. As árvores são frondosas, poupadas pelo humano, certamente se  apiedaram salvando-as do corte frio e fulminante.

É Outono lá fora, estação do aconchego, do vinho, do calor do edredon e da saudade de muita gente...

De repente vem o desejo de escrever. Faz-se catarse para minha alma. Extravaso sonhos  que não ouso escutar de minha própria voz. Escrever facilita o tráfego de angústias e ameniza a ansiedade, beirando o prazer.

Palavras escritas são fotografias da mente que se mente e  se omite como som, mas que se traduz em pequenos textos. Conversas grafadas consigo mesma, sem som...

A falta da escuta pelo outro abafa, sufoca, entorpece o imaginário, por isso escrevo aqui. Todos são apenas e, unicamente, olhos que leem e entendem conforme lhes convém. Mas fica dito.

Fecho a cortina e vou ao encontro do Sol, ele abraça, acolhe e aquece. Não preciso mais das palavras.

24/04/2013

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013







Amizade é um sentimento que envolve 
se faz presente em todas as situações de nossas vidas..
na hora do desconforto,
da insegurança,
dos descaminhos,
das perdas,
das dúvidas...

e nas Alegrias,
nas parcerias,
nas risadas soltas,
nos chopps gelados
na compreensão,
no olhar que não necessita da fala,
no toque no ombro,
na confidência,
e no silêncio cúmplice...
.
.
.

e quando se perde uma Amizade?
O que fica, além da saudade...?

Fica a capacidade de racionalizar.
  o poder de transformar o gosto doce da Vida em algo que a razão satisfaça,
talvez buscar na massa cinzenta um lugar onde nem a saudade consiga estar...
ou brincar com as lembranças,

ou

escrever sobre isso, nada mais...

18.11.2008

sábado, 2 de fevereiro de 2013