RESUMO
Este trabalho trata do uso abusivo de medicamentos prescritos a crianças e adolescentes da rede de ensino público do Ensino Fundamental e suas implicações no processo de ensino-aprendizagem. A questão da inclusão escolar perpassa esse viés problemático sob o enfoque psicopedagógico na medida em que consideramos a infância e adolescência como fases decisivas no desenvolvimento integral do ser humano. É utilizada uma abordagem transdisciplinar para a compreensão de uma outra realidade possível onde a criança e o adolescente se escolarizam, aprendem e se desenvolvem sem necessidade do uso de medicações psiquiátricas para a aquisição de suas aprendizagens escolares.
PALAVRAS CHAVES: Medicalização, Infância, Inclusão, Psicopedagogia,
ABSTRACT
This work is about the abuse of drugs prescribed for children and adolescents in public elementary education schools and its implications on the teaching-learning process. The issue on the school inclusion permeates this problematic bias on the psychopedagogic focus as far as we believe that childhood and adolescence are crucial stages in the integral development of human beings. It is used a transdisciplinary approach in order to understand another possible reality where children and adolescents are educated and they also learn and develop themselves without making use of psychiatric medications for their school learning acquisition.
INTRODUÇÃO
Não é objetivo demonizar as prescrições médicas infantis, mas pontuar como negativo a excessiva demanda causada por diagnósticos com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ), Bipolaridade, TOC (Transtorno Obsessivo Transtorno Obsessivo Compulsivo)e outras. Vivemos numa era de epidemia infantil validada pelo consumo de medicamentos como Metilfenidato, antidepressivos e antipsicóticos receitados com tal naturalidade como se os sujeitos não fossem seres aprendentes, mas seres medicáveis, portanto passíveis de controle médico. A doença se massificou como grupo de controle, a sociedade é hiperativa pelo consumismo desenfreado, valorização do individualismo e abandono de sujeito como pessoa, ser pensante, aprendente e atuante em suas aprendizagens.
“(...)A agressividade pode estar a serviço da autoria de pensamento; mais ainda, um quantum de agressividade é requerido ao indivíduo para ser autor de seu próprio pensamento” (ALICIA FERNÁNDEZ, 2001)
Antes mesmo de ingressar na fase adulta,crianças e adolescentes são tratados com medicamentos perdendo e queimando etapas que lhes são características e anuladas pela nefasta ação . Suas desatenções, impulsividade e agressividade em sala de aula demonstram sua agressividade sadia..
“(...) A sociedade globalizada desatende a todos, contudo, coloca como doença o que as crianças podem denunciar com sua inquietude e falta de atenção. As crianças perguntam, são perguntas. As perguntas não escutadas tornam-se sintomas. Como escutar suas perguntas antes de
medicá-las? O que ocorreu para que uma quantidade de mães de crianças aceitem e solicitem Ritalina para acalmar seus filhos ou para que sejam exitosos?O que ocorreu para que esses professores que tem 5 de seus 20 alunos medicados (para que lhes dêem atenção?) aceitem e busquem a justificativa de ADD ou ADAHD?(ALICIA FERNÁNDEZ, 2001)
Há uma inversão de papéis, uma inversão de lugares, um desvio de funcionalidades. Se tomarmos para análise uma classe de 30 alunos nos primeiros anos do Ensino Fundamental
5% a 6% destes alunos são considerados patológicos, são os alunos com hiperatividade,
impulsividade, desatenção, dislexias ou apresentando quadros de depressão, bipolaridade
ou TOC e tratados com medicações psiquiátricas.
São as chamadas“doenças mentais escolares” onde redes públicas de Educação são obrigadas
a firmarem parcerias com a rede de Saúde para atendimentos de casos considerados doenças
doenças mentais, conforme CID 10/DSM-IV
(...)“A sociedade é hiperativa e desatenta e psicopatologiza e medica as crianças produzindo nelas o problema que nós, adultos, estamos sendo hiperativos e desatentos(...) (ALICIA FERNÁNDEZ, 2007)
A sociedade está “doente”, hiperativa? Que avalanche de sintomas sociais são estes que
atravessam a Família, circulam na Escola e se instalam em nossas crianças inscritas no meio
escolar ? É no universo infantil onde o brincar transforma-se em sintoma, a espontaneidade
é subornada e anestesiada, os comportamentos e atitudes das crianças nos levam à necessidade de maior investigação e ao resgate da escolaridade.
Nosso aluno deve ser visto, compreendido e aceito em sua complexidade e integridade. Há
confusão de lugares formatadas na inconformidade entre o ser interior e o ser exterior. Este é o
resultado dessa des(identificação) enquanto ser sujeito aprendende/ensinante .
A constante luta entre suas verdadeiras e várias identidades paralisa o professor e todo corpo
docente. A realidade infantil se transfigura e se mostra através de suas hiperatividades, no
bullying, nas suas desatenções, nas suas escritas invertidas ou na falta de interesse pela escrita
ou através de seus olhares desfocados. O quê escrever numa folha de papel sendo que este
representa um mundo que não é seu? Por que sossegar impulsos e ficar sentado na cadeira
quando todos investem com impulsividade através de imposições e cobranças que não pertecem
ao seu universo de saber? É também na indisponibilidade que nosso aluno se situa e demonstra
a modalidade de suas aprendizagens. Mas, infelizmente, é através da rotulação médica que é
identificado e reconhecido como sujeito , não como autor de suas produções, através do seu
fazer espelhado, sua agressividade e suas ironias em sala de aula que são resultados do seu
jeito de aprender. É preciso conectar-se com este universo fragilizado e incluí-lo no mundo do
conhecimento, da informação e de um saber diferenciado.Unir os conhecimentos que ele traz
à proposta de ensino-aprendizagem e assim, abrirmos espaço ao prazer de aprender e a sua
inclusão como sujeito que aprende de forma diversa.
Edgar Morin nos fala sobre a Educação do futuro:
(...) É preciso que ela tenha a idéia da unidade da espécie humana sem encobrir sua diversidade. Há uma unidade humana, que não é dada somente pelos traços biológicos do ser, assim como há a diversidade marcada por outros traços que não os psicológicos, culturais e sociais. Compreender o ser humano é entendê-lo dentro de sua unidade e de sua diversidade. É necessário conservar a unidade do múltiplo e a multiplicidade do único. A Educação e
esse desafio que se coloca para os professores do futuro, deve ilustrar o princípio de unidade e de diversidade em todos os seus domínios. (EDGAR MORIN,2008)
A inclusão do aluno portador de TDAH, Dislexia, TOC ou Bipolaridade perpassa a
compreensãode que a Escola é lugar para todos e a todos incluindo os menos favorecidos
físico-psico-socialmente. Referindo-se à doença como uma construção secular e na
perspectiva de uma sociedade da pós-modernidade onde todos os saberes se incluem,
circulam entre as massas e conseguem ultrapassar seus limites encontra-se a direção da
unidade do conhecimento compreendendo-se a importância do saber transdisciplinar que
está entre as disciplinas, através delas e as transpondo num movimento de compreensão da
complexidade de nosso tempo.
(...) Por que falas em curar quando, muitas vezes, basta acompanhar um ser no seu desamparo?(...) (MAUD MANNONI, 2001)
A medicalização de crianças e adolescentes tornou-se um exagero à medida que não
suportamos a confrontação com a verdadeira realidade social. Educar é muito mais que só
contribuir com a passiva aceitação de diagnósticos médicos.
(...) O sintoma que aprisiona o pensar de um sujeito nos dá certa luz em relação ao fracasso escolar, sintoma social (ALICIA FERNANDEZ, 2001)
O uso abusivo de medicamentos atém-se à correspondência social do status quo de um
sistema de saúde que, por sua vez, também é parte do contexto cultural adoecido. Os
medicamentos são prescritos porque inscrevem com antecedência uma validação da formação-
ético-profissional médica. A prescrição é médica, a inscrição é escolar. O aluno é um ser na
Escola igual e diferente em sua complexidade. Se o médico prescreve não significa que Escola
deva ter o mesmo olhar. É também no âmbito escolar que todos os sujeitos gozam dos mesmos
direitos e deveres. Direito de aprendizagens sadias. A rotulação é um dos maiores venenos
educacionais. O sintoma se instala porque a Educação é lugar para todos e esta tem que dar conta também pelo surgimento do novo. O espaço escolar é um espaço para todos. Se as primeiras aprendizagens acontecem no seio da família, como o falar, o andar, o alimentar-se; as
segundas são colocadas nas mãos do educador. É na Escola que mãos libertam e as diversas
aprendizagens acontecem e os segundos passos alcançam a direção da autonomia e desenvolvimento.
A Escola não está preparada para a inclusão de todos porque se isenta de uma tarefa que
é fundamental ao ser humano que é a compreensão. Compreender vem do Latim compreendere
isto é, colocar junto todos os elementos de explicação significando que tem que se incluir todos
e os mais diversificados elementos para a compreensão do fato.
Numa sociedade onde impera o individualismo é difícil senão impossível transmitir-se a idéia de compreensão humana. Professores estão mais pré-ocupados em satisfazer seu conteúdo do que transmitir noções de compreensão humana, pois dela muitas vezes se exime ou, até mesmo, desconhece como parte de sua formação de educador. A necessidade da afirmação individual diante o universal se impõe e corrói a compreensão, limitado-a e fazendo com que o Sujeito se molde à uma sociedade injusta e competitiva. “Assinar” embaixo, endossar um parecer médico é muito mais que uma atitude simplória e submissa é certificar, como educador, que nosso aluno é um ser incapaz de interagir com os outros é testemunhar suas limitações em prol de suas
inegáveis capacidades como ser humano.
inegáveis capacidades como ser humano.
O aluno rotulado como TDAH , TOC, Bipolaridade Dislexia não é o mesmo aluno que tem um comportamento dito normal e que possua ótimo rendimento, mas é sim um aluno igual dentro de suas diferenças e não reconhecido em suas possibilidades.Diante esse quadro de exclusão onde professor é/está cego, a Escola se esvazia como agente educativo.
Que lugar nosso aluno pode estar ocupando a não ser também, um lugar vazio, um lugar “doente”, viciado por seus próprios mal estares?
É muito mais fácil rotular que educar, é mais fácil cegar-se diante o desconhecido que
reconhecer os novos padrões de comportamento.
(...) O pensamento complexo aspira o conhecimento multidimensional, mas sabe que o conhecimento completo é impossível. O pensamento complexo é animado por um saber não parcelar, não fechado, não redutor e pelo reconhecimento do inacabado, do incompleto.(EDGAR MORIN, 2001)
Outro aspecto da incompreensão humana é a indiferença. Vendar os olhos, reduzir o outro,
relegando-o a segundo plano num posicionamento unilateral é negar a complexidade do
ser humano. A mudança de paradigma na perspectiva de abandonar o reducionismo que tem
pautado a investigação científica e permitir lugar para a criatividade e as possibilidades
que existem nas desconstruções para efetivar-se as construções, as estabilidades provocadas
pelos caos são caminhos iluminados e se vislumbram na pós-modernidade.
Escola criativa que pensa o caos como organizador de sua própria estrutura. Alunos ditos doente
que pensam e podem aprender dentro de seus universos complexos e professores também
rotulados de incapazes, limitados pela falta de formação e baixa remuneração. Diante esta
configuração a mudança é possível e pode, seguramente, figurar como agente de transformação
aceitação e construção de verdadeiro local do Conhecimento. A sociedade ruma à pós-
modernidade, urgem novos posicionamentos, a necessidade de se transgredir, avançar além
das fronteiras disciplinares, abraçar a diversidade para se revestir de maior compreensão
humana é a nova ordem das coisas.
“(...) Tentar analisar o todo através de uma parte torna os espíritos míopes. É como enxergar apenas uma cor do arco-íris. As conseqüências podem ser irreversíveis.(EDGAR MORIN,2000)
(...) A Educação atual privilegia a inteligência do homem em detrimento de sua sensibilidade e de seu corpo, o que foi certamente necessário em determinada época, para permitir a explosão do saber. Todavia, esta preferência, se continuar, vai nos arrastar pela lógica louca de eficácia
pela eficácia, que só pode desembocar em nossa autodestruição”.
(NICOLESCU BASARAB, 2008)
Diante esse novo paradigma a Escola deve estender um novo olhar a estes alunos
considerados “doentes”. Crianças e adolescentes sob medicações tornam-se lentas,apáticos e
têm sua conduta alterada, seus comportamentos são prejudicados, seus laços afetivos fragilizados
sem contar o comprometimento de seu processo ensino-aprendizagem. A Educação do
futuro está atrelada à consideração do sujeito em sua concepção, também, transpessoal e uma
vivência que considera o saber transdisciplinar.
REFERÊNCIAS:
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à Educação do futuro. 2ª.Edição. Cortez ,2000
FERNÁNDEZ, Alicia. Os idiomas do aprendente.Análise das modalidades ensinantes com
Famílias, escolas e meios de comunicação.Porto Alegre: Artes Médicas, 2001
__________________O saber em jogo. A psicopedagogia propiciando autorias de pensamento.
Porto Alegre: Artes Médicas, 2001
BASARAB, Nicolescu.OManifesto da transdisciplinaridade.3ª.Edição.SP.Editora Triom,2008
É muito mais fácil rotular que educar, é mais fácil cegar-se diante o desconhecido que
reconhecer os novos padrões de comportamento.
(...) O pensamento complexo aspira o conhecimento multidimensional, mas sabe que o conhecimento completo é impossível. O pensamento complexo é animado por um saber não parcelar, não fechado, não redutor e pelo reconhecimento do inacabado, do incompleto.(EDGAR MORIN, 2001)
Outro aspecto da incompreensão humana é a indiferença. Vendar os olhos, reduzir o outro,
relegando-o a segundo plano num posicionamento unilateral é negar a complexidade do
ser humano. A mudança de paradigma na perspectiva de abandonar o reducionismo que tem
pautado a investigação científica e permitir lugar para a criatividade e as possibilidades
que existem nas desconstruções para efetivar-se as construções, as estabilidades provocadas
pelos caos são caminhos iluminados e se vislumbram na pós-modernidade.
Escola criativa que pensa o caos como organizador de sua própria estrutura. Alunos ditos doente
que pensam e podem aprender dentro de seus universos complexos e professores também
rotulados de incapazes, limitados pela falta de formação e baixa remuneração. Diante esta
configuração a mudança é possível e pode, seguramente, figurar como agente de transformação
aceitação e construção de verdadeiro local do Conhecimento. A sociedade ruma à pós-
modernidade, urgem novos posicionamentos, a necessidade de se transgredir, avançar além
das fronteiras disciplinares, abraçar a diversidade para se revestir de maior compreensão
humana é a nova ordem das coisas.
“(...) Tentar analisar o todo através de uma parte torna os espíritos míopes. É como enxergar apenas uma cor do arco-íris. As conseqüências podem ser irreversíveis.(EDGAR MORIN,2000)
(...) A Educação atual privilegia a inteligência do homem em detrimento de sua sensibilidade e de seu corpo, o que foi certamente necessário em determinada época, para permitir a explosão do saber. Todavia, esta preferência, se continuar, vai nos arrastar pela lógica louca de eficácia
pela eficácia, que só pode desembocar em nossa autodestruição”.
(NICOLESCU BASARAB, 2008)
Diante esse novo paradigma a Escola deve estender um novo olhar a estes alunos
considerados “doentes”. Crianças e adolescentes sob medicações tornam-se lentas,apáticos e
têm sua conduta alterada, seus comportamentos são prejudicados, seus laços afetivos fragilizados
sem contar o comprometimento de seu processo ensino-aprendizagem. A Educação do
futuro está atrelada à consideração do sujeito em sua concepção, também, transpessoal e uma
vivência que considera o saber transdisciplinar.
REFERÊNCIAS:
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à Educação do futuro. 2ª.Edição. Cortez ,2000
FERNÁNDEZ, Alicia. Os idiomas do aprendente.Análise das modalidades ensinantes com
Famílias, escolas e meios de comunicação.Porto Alegre: Artes Médicas, 2001
__________________O saber em jogo. A psicopedagogia propiciando autorias de pensamento.
Porto Alegre: Artes Médicas, 2001
BASARAB, Nicolescu.OManifesto da transdisciplinaridade.3ª.Edição.SP.Editora Triom,2008
12 comentários:
Escrevi este artigo como avaliação em curso de extensão universitária, na PUCRS/Campus Viamão-RS
Resolvi publicá-lo no blog porque um dos critérios iniciais do Curso seria a publicação dos melhores em Revista.
Como meu trabalho foi contemplado mas o critério não obedecido, o faço aqui para ser reconhecido.
Penso q quem for da área o lerá até o final...(risos)
Bom dia, Vera
Há uma coisa que observo e que sempre me faz questionar até os seres humanos são capazes de ir baseados no seu egoísmo.
Há uma necessidade de fazer calar qualquer situação que saia fora do ' equilíbrio' esperado.
Se as pessoas estão ansiosas, por que procurar a causa real dessa ansiedade, aprendendo assim o caminho para solucionar todas as ansiedades que surjam, se têm a sua disposição pílulas. Tão mais simples tomar as tais pílulas do que viajar para dentro de si, do que enfrentar seus medos, procurar seus traumas e no lugar de anestesiá-los, dar um destino favorável a eles.
.
Assim se dá com muitos pais, que preferem a medicação, que serve de calmante para algo que a criança tenta traduzir em seus gestos, em suas ' manhas'.
.
Por que sentar, conversar, procurar em si onde está a falta, a ausência, o fracasso, se podem simplesmente ' apagar' tudo isso?
.
É uma briga isso tudo! Uma briga entre grandes: os laboratórios, a mídia, os psiquiatras,e assim vai...
.
Alguém tem q gritar, porque a um grito se junta outro, que se junta a outro...
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Se esses pais (pelo menos alguns deles) tivessem a real noção do que certos medicamentos fazem com os neurônios, a forma como podem ser prejudiciais, como bem disseste, talvez eles acordassem.
.
Em muitos desses casos, são os pais que necessitam ser tratados. As crianças, através de tudo que mostram através de um comportamento ' diferente', apenas estão somatizando o que está nos pais.
.
Muito bom vir aqui. Muito bom ler o que li. Porque há muitos profissionais da área de ensino, que também preferem as crianças como pequenos cordeiros ou como boizinhos prontos para o matadouro
.
Falei muito? rs
.
Tenha um ótimo dia!
Ah, releva os erros, ta?
é q qdo escrevo assim, com paixão, vai indo, indo e nem volto pra reler para nao perder o raciocínio...rs
.
comi pontos, vírgulas, etc...rs
.
até...
Obrigada Mara, pela apreciação
Minha crítica se centra na indústria que fabrica e na criança/adolescente q consome
No meio destes dois extremos estão pais inseguros, angustiados e por outro lado o compromisso da Escola.
Felizmente, há pais bem informados e que relutam à medicação. Tenho caso, assim, na Escola
Qto as "pílulas", certamente, são o caminho curto, fácil e anestésico de uma existência q necessita perdas e ganhos reais pra subsistir,
um abraço
É, silabinha, a briga se agiganta na medida em que há confluencia de interesses nos segmentos q citas: laboratórios,mídias etc...fruto da era q vivemos, a pós-modernidade dita normas da eficácia pela eficácia onde a afetividade, a compreensão vai ficando abaixo e de baixo da lei do mercado
grata de novo, bom Sábado
carinho
;) Muito bacana tudo por aqui !
Parabéns e Boa caminhada ...
Bom dia Vera,
Enquanto lia teu trabalho, minha mente trazia à tona, um filme sobre situações vividas na pré-escola com minha filha.
Aos 5 anos, minha pequena menina estava sendo incluida pela equipe pedagógica da escola,no diagnóstico de TDAH e com indicação para tratamento.
Foi o início de uma maratona de consultas a médicos e especialistas na área.
Minha filha apenas era uma criança feliz, falante por natureza, com raciocínio extremamente rápido. Saudável e normal.
A escola não aceitava e questionava os resultados médicos.
Levei minha filha para outra escola!
Foi considerada em toda sua vida escolar, uma menina brilhante.
Hoje é uma moça formada pela Unesp!
...
Parabéns pelo trabalho, Vera!
Nem sempre somos reconhecidos...
um grande abraço, meu carinho!
Oi, Ângela
Prazer te ter aqui, lendo e fazendo considerações sobre meu texto. Obrigada...
Teu relato vem a comprovar o que, diariamente, tento conscientizar as famílias. Insisto na importância de incansável investigação, em levantamento de hipóteses diagnósticas com diferentes profissionais antes de oferecer um medicamento a uma criança/adolescente.
Nenhuma Escola/equipe pedagógica pode diagnosticar doenças ou transtornos, estes são competência da área médica.
Na comunidade onde trabalho, muitas vezes, ele (medicamento) é solicitado pelas Familias(encaminhamentos médicos), num movimento de isenção de suas responsabilidades, atendendo assim ao objetivo principal q é o abastecimento/enriquecimento da Indístria farmacêutica.
A Escola é a segunda "casa".
É lá q descobrem e assimilam as primeiras aprendizagens, se lhe encurtam esse caminho rotulando-as de disléxicas, hiperativas, com distúrbios psiquiátricos (essa é o mais triste)seu desenvolvimento integral não é interrompido, mas suas aprendizagens futuras poderão ser danificadas.
Infelizmente, existem Escolas não só públicas, muitas particulares que ovacionam e acolhem diagnósticos como foi feito com tua filha. Pra estas, diagnósticos médicos são importantes pq dão conta da sua ineficiência e indefinição de proposta pedagógica.
"É melhor q seja um aluno doente, apático, quietinho que trabalhar seu processo de ensino-aprendizagem"
Ângela, penso que Conhecimento é Luz e fico contente que possuas e tenhas ensinado pra tua filha,
obrigada, mais uma vez, por me leres
carinho
Sim Vera, sem ter a intenção de ser repetitiva, mas apenas para confirmar o que voce disse, sim, o diagnóstico dela veio de uma escola particular. O que não muda em nada, eu penso, a irresponsabilidade destes profissionais seja em que ambiente for...
Sei o que passei na época, então espero que esse relato possa alertar a muitos pais!
Estar aqui, ter a oportunidade de acompanhar esse espaço, é um imenso prazer!
beijos!
Ângela,
A origem do diagnóstico errado é indiferente se provém da pública ou particular, concordo contigo
A dor deste equívoco é que passa a ser inaceitável.
Entendo toda a extensão dos problemas que tenhas passado e, certamente, foram eles que te impeliram à busca e ao encontro do lugar certo para que a escolarização da tua filha.
Foram fatos semelhantes ao teu que me levaram a escrever este artigo. Me detive na questão da medicalização infantil por presenciar alunos em estados patéticos, olhar no vazio, prejudicados em seus rendimentos, emperrados no processo de ensino-aprendizagem.
O assunto me fascina. Obrigada pela ressonância,
abraço afetuoso e carinho
Vera, meu retorno aqui hoje, é um agradecer.
Pelo apoio que recebi de ti a tempos atrás.Tenha certeza que tens uma parte de responsabilidade, assim como os amigos que caminham por lá, e me acompanham, e que sabem o quanto foi difícil, esse tentar, e querer acreditar que seria possível continuar...obrigada...
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