A fresta se abria
pela cortina trazendo a rua estreita ensolarada pra dentro de seu olhar. Tarde brilhante
de céu muito azul. As árvores são frondosas, poupadas pelo humano, certamente
se apiedaram salvando-as do corte frio e
fulminante.
É Outono lá
fora, estação do aconchego, do vinho, do calor do edredon e da saudade de muita
gente...
De repente vem
o desejo de escrever. Faz-se catarse para minha alma. Extravaso sonhos que não ouso escutar de minha própria voz.
Escrever facilita o tráfego de angústias e ameniza a ansiedade, beirando o
prazer.
Palavras
escritas são fotografias da mente que se mente e se omite como som, mas que se traduz em
pequenos textos. Conversas grafadas consigo mesma, sem som...
A falta da
escuta pelo outro abafa, sufoca, entorpece o imaginário, por isso escrevo aqui.
Todos são apenas e, unicamente, olhos que leem e entendem conforme lhes convém. Mas fica dito.
Fecho a
cortina e vou ao encontro do Sol, ele abraça, acolhe e aquece. Não preciso
mais das palavras.
24/04/2013
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